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O gengibre impede você de dormir?

ginger

Benefícios, propriedades e virtudes: o gengibre faz bem à saúde?

Esta raiz do Sudeste Asiático é um daqueles alimentos que podem ser descritos como nutracêuticos, pois os seus benefícios para a saúde são numerosos.

Para começar, o gengibre é muito conhecido por seus benefícios na digestãoparticularmente a nível gástrico.

“O gengibre é ao mesmo tempo um antináusea, um antiemético e um antiulcerógeno: um bom ponto quando sabemos que os distúrbios digestivos são frequentemente incriminados nos problemas do sono” Sylvie Hampikian, especialista em farmacotoxicologia e autora.

Atua também a nível intestinal, uma vez que ajuda a equilibrar a microbiota do trato digestivopromovendo o desenvolvimento de microrganismos favoráveis.

Entre seus outros benefícios à saúde, a preciosa raiz possui propriedades antipiréticas (combate a febre), tônicas, antissépticas, analgésicas, anti-inflamatórias e antioxidantes. “É particularmente recomendado durante infecções virais, como gripes, resfriados ou amigdalites”, especifica o farmacotoxicologista.

Gengibre também pode ser usado para facilitar a perda de pesopor um lado pela sua efeito supressor de apetite ligada à sua ação sobre a leptina – hormônio da saciedade, e por outro lado porque atua no metabolismo das gorduras facilitando a redução do colesterol ruim e reduzindo a sensibilidade à insulina.

Por fim, o gengibre é conhecido pelas suas supostas propriedades afrodisíacas, atribuídas às suas propriedades vasodilatadoras dos vasos sanguíneos, o que lhe permitiria aumentar o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais. Tenha cuidado, porém, pois as evidências científicas sobre a eficácia do gengibre como afrodisíaco são muito limitadas.

Quais são os efeitos colaterais do gengibre?

O gengibre é uma raiz de especiarias, que possui um sabor característico, tanto picante quanto apimentado. Em doses moderadas, entretanto, o gengibre é normalmente muito bem tolerado digestivamente.
Mas em doses elevadas, ou em pessoas com intestinos particularmente sensíveis, pode ser irritante para o trato digestivo.
“Com mais de 5 a 8 g por dia – o que é muito! – o gengibre pode causar irritação gastrointestinal, diarreia, azia e náuseas”, sublinha Sophie Hampikian.

Água, infusão, com limão: Como consumir gengibre?

Existem inúmeras maneiras de consumir gengibre para se beneficiar de seus benefícios à saúde.
“É sem dúvida fresco, ralado ou em fatias finas, seja no preparo em pratos, na infusão, na decocção em água quente ou no grogue, que é o mais recomendado e seguro” indica o autor.
Na culinária, o característico sabor picante do gengibre acompanha bem tanto pratos salgados quanto sobremesas.
Você também pode encontrar gengibre seco, em pó, na seção de especiarias. Em seguida, é usado da mesma forma que fresco.
Em caso de síndrome gripal ou pelo lado revigorante, recomendamos combiná-lo com limão, rico em vitamina C e antioxidantes, para estimular o sistema imunológico.
Por fim, o gengibre pode ser cristalizado: suas propriedades são as mesmas do gengibre fresco, mas tome cuidado com a ingestão elevada de açúcar para quem está cuidando do peso.
Para quem não é fã do seu sabor picante, o gengibre também está disponível na forma de suplemento alimentar, geralmente em cápsulas, comprimidos ou tintura-mãe.

Sono: É bom consumir gengibre fresco à noite ou impede você de dormir?

Famoso pela sua ação tónica e estimulante, pode-se pensar que o gengibre é um dos alimentos a evitar à noite antes de dormir, principalmente quando se sofre de distúrbios do sono ou insónia. Porém, não é esse o caso, pois o gengibre é um tônico, mas não um estimulante!

“Embora seja eficaz para se recuperar em caso de fadiga, não intervene no adormecimento – ao contrário da cafeína, teína, teobromina, guaraná e mate, que são estimulantes” Sylvie Hampikian

Pelo contrário, alguns estudos científicos tendem a mostrar que consumir gengibre seria benéfico para o sono.
Um deles, realizado em 2016 em ratos (1), revelou que extrato de gengibre, promove o sono (redução do tempo de latência do sono) e que encurtou a duração do adormecimento induzido por um comprimido para dormir (barbitúrico). Os possíveis mecanismos destes efeitos benéficos significativos podem ser atribuídos ao seu potencial antioxidante, nomeadamente envolvendo os seus compostos fenólicos, nomeadamente os flavonóides, taninos e antocianinas que contém.

“Outro estudo publicado no Journal of Pure Medicines (2) descobriu que zingerone teve efeitos ansiolíticos em ratos, provavelmente devido à sua capacidade de modular os níveis de certos neurotransmissores no cérebro” indica Sylvie Hampikian.
Outro componente do gengibre chamado 6-shoagol (próximo ao gingerol), também apresentou propriedades ansiolíticas em um estudo indiano de 2015 (3).

Mas além do seu efeito calmante e ansiolítico, são também as suas virtudes digestivas que fazem do gengibre um alimento interessante para melhorar a qualidade do sono. Porque não esqueçamos que os problemas de digestão são muitas vezes responsabilizados pela dificuldade em adormecer.
“Um estudo clínico recente realizado na Austrália mostrou que 4 cápsulas de 300 mg de gengibre em pó por dia melhoraram significativamente a composição da microbiota e reduziram os sintomas de má digestão“, indica o farmacotoxicologista.

Apenas tome cuidado para não exceder 5 g de gengibre no jantar, caso contrário você corre o risco de causar problemas digestivos que dificultarão o adormecimento.

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